quarta-feira, 28 de maio de 2014

Quarta-feira, 28 de Maio

Ironia ou cumulo? Quem ler que diga o que pode ser. Sair correndo como se o fim do mundo estivesse as suas costas para não perder o onibus, chegando à porta, qual a descepção? O motorista não estava no seu respectivo lugar de direito.

Quarta-Feira, 28 de Maio

As escolinhas esqueceram o significado do brincar na educação infantil. Apenas visão os lucros, crianças são mero clientes, então brincar não é na escolinha. O brincar delas é o brincar de cada aluno em seu espaço demarcado não pela criança, mas sim pelo professor, que esta ali para apenas ensinar, a parte afetiva fica em outro plano, com outra pessoa esse objetivo pra desenvolver. Inventar utilizando os móveis da sala, não pode, porque esta bagunçando a sala. Interagir com a professora, não pode, ela brincar com eles fazendo regras para que va contra os conflitos deles para que possam passar pela barreira do egocentrismo e outros processos entrarem em questão, não pode. Essa nova era de pseudos professores que fazem uma formação e acham,que tem o rei na barriga, são os professores não pode. Nao pode comer respeitando o ritmo de cada crianca, porque o horario dele, professor, esta perto, se as criancas demorarem vai se atrasar para sua alegria do dia que eh ir embora da escola e deixar a bomba pra outro. Nao pode brincar com jofos de regra, porque ja fazem educacao fisica, nao pode pensar sozinho, os conteudos ja foram planejados e estão num caderno, mesmo que o interesse do produto principal seja outro, tem que seguir, porque ja foi programado e as criancas tem que desenvolver o que o livro pede e nao o que necessitam.

Quarta-feira, 21 de Maio

Que bagunca!
Passos apressados pra chegar cedo na parada Angustia em esperar o danado do bus, se ele atrasar culpa do motorista que é lento Corrida pra quem entra primeiro e pega o melhor lugar Dentro um aperto, porque a necessidade de ganhar dinheiro é maior do que a respeitar os valores humanos Parecemos um gado a espera da porta abrir e sermos livres Olhares voltados para seus destinos no horizonte Relogio apressado, faz com que o motorista ande mais rapido O destino longe e o malvado do relogio esta com pressa hoje.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Quinta-Feira, 22 de Maio

A educacao tinha que vir de casa, ou seja, com limites, carinho, afeto, comer bem, sentar direito à mesa e a escola serviria apenas para ensinar o que os pais não estao habilitados, como conteudos pra desenvolver o cognitivo, motricidade fina como o traçado do nome, porque em casa tambem teria que haver um contato com esse mundo letrado. No entanto, nesse novo tempo tudo esta invertido, quero dizer, a escola ficou com a responsabilidade de tudo, ate mesmo alertar aos pais que a criança tem que tomar banho. Com essa inversão de papeis, ocorreu essa mudança na metodologia de ensinar, não ensinamos mais só os conteúdos necessarios para a criança atingir o objetivo esperado, temos que tambem educa-las pata conviver socialmente, interagir, ate que abracar o proximo é bom, dar carinho, limites, cuidar da higiene, afeto, tudo para a criança consiga ir além e atravessar as barreiras que sua propria familia lhe impôs, ou negou.

Segunda-Feira, 20 de Maio

Estou gostando dessa nova era, ser estranho é normal, ninguem te solta olhares inquisidores pra cima de voce por estar usando roupa que não combina, cabelo maluco ou qualquer outra coisa. Chega a ser divertido, porque não preciso mais ir numa festa a fantasia pra me esconder de tras de uma mascara e ser alguem que quero ser, tenho que simplesmente me vestir como quero e sair na rua, no maximo vai ter alguns olhares questionando, mas no resto vou passar desapercebida. Muito interessante mesmo, ser invisivel sem precisar de uma capa da invisibilidade.

terça-feira, 13 de maio de 2014

JRdim do ursinho pooh

Num dia de sol, o coelho passou pelo ursinho pooh e viu que ele estava muito triste.
- o que aconteceu pooh? Ele perguntou
- o leitao me deu esta flor...eu coloquei num vaso, achando que as abelhas viriam fazer mel... Mas acho que fiz alguma coisa errada!
O coelho examinou o vaso com a flor
-claro que fez! Voce colocou-a no vaso sem terra.- coelho disse
Coelho pegou um pacotinho de sementes de flores em seu cesto e ajudou pooh a plantar algumas delas na terra. Depois, eles marcaram o lugar com uma aquinha para pooh se lembrarvde onde tinha plantado as sementes. Entao Coelho fou correndi cuidar da sua propria horta de cenouras.
-ih que chato...! Disse pooh, olhando para o céu- Parece que vai chover!
Logo depois, coelho apareceu de novo, e quando viu pooh parou.
-o que voce esta fazendo?- ele perguntou, muito espantado
-ora, estou protegrndo as minhas sementes da chuva!- explicou o ursinho pooh.
- nã- nã- nã- não!- coelho ensinou- a chuva faz bem para as sementes! Elas precisam de agua para crescer! Todos os seres vivos precisam de agua!
- nossa, como voce é sabido!- disse pooh, admirado.
E fechou o guarda-chuva.
No outro dia fez sol de novo...e mais uma vez o Coelho passou pelo lugar em que eles tinham plantado as sementes de flores.
-pensei que voce tivesse fechado o guarda-chuva!- disse coelho, espantado.
- pois é, eu fechei...mas quando a chuva foi emvora, abri de novo para proteger as minhas sementinhas do sol!- pooh explicou
-aaai! Estou vendo que está na hora de outea aula sobre cuidados com as plantas!- suspirou o Coelho- veja só: para uma semente crescer, virar plantas e dar flores, ela precisa de três coisas: terra, agua e sol.
Bem depressa pooh fechou o guarda-chuva.
-bom, entao vou deixar as minhas sementes pegarem bastante sol!
Pooh abaixou-se e olhando para o lugar onde estava as sementes, perguntou:
- elas vão começar a crescer logo, não é?
Coelho bateu com a mão na testa:
- todas as plantas também precisam de mais uma coisa importantíssima. Voce sabe o que é?
O ursinho , ingênuo, que só pensava em mel, coçou a cabeça e perguntou:
- mel?
-não!- coelho disse- elas precisam de tempo. Precisam de tempo para crescer! Por que voce não vai fazer outra coisa...e depois volta, daqui a alguns dias, para ver se as flores já começaram a crescer?
Alguns dias depois, pooh levou leitão pra ver onde ele tinha plantado as sementes. E não é que as sementinhas tinham brotado!
- voce conseguiu, pooh!- exclamou admirado, o amiguinho.
- pois é... - pooh explicou cheio de modestia.- elas só precisam de terra, agua e sol. Ah... E um poquimho de tempo!
Ele olhou para as mudinhas.
-acho que as minhas plantinhas ainda vão precisar de mais tempo para crescer e se tornar grandes flores.
Pooh esfregou a sua barriguinha e continou:
- isso quer dizer que ainda demora algum tempo para as  abelhas virem ate fazer o mel!
De repente, ele teve uma ideia e disse muito contente
-enquanto esperamos, vamos passar na casa do coelho para comer um pouco de mel!

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Sexta-feira, 16 de Maio

Cruzes
Que descaso com a educacao. Crianças viraram meros clientes de onde provem o lucro.
Estagiarias, são descartáveis, porque qualquer momento pode entrar outra no lugar, são seres sem capacitação para ensinar,digamos, pedagogicamente, que por isso "não influenciam em nada" na vida dos alunos que passam em suas mãos, sem contar com a falta de preparo e interesse pela prática pedagogica do dia a dia, com isso os conflitos que esses alunos  expoe tão claros como a agua não sabe lidar ou até mesmo não percebe. Nesta passadas de varias pessoas nas vidas deles, o que sera que pode causar em seus pequenos mundos não ligados totalmente a realidade que os toca?i

Quarta-feira, 07 de Maio

Que falta que senti destes tempinhoa dentro do bus , pra organizar meus pensamentos e conversar comigo mesma. Achei que tinha virado outra pessoa, mas na verdade apenas a guardei nas inumeras gavetas minhas, que um simples pensamento a fez abrir novamente e meu mundo que girava incessante, dominuiu a velocidade e pude assim prestar atencao melhor no q passava ao meu redor e descobrir q tudo q estava fora de foco, era pelo simples movimento que eu estava sem controle dos meus proprios pensamentos.
Valeu carrossel maluco chamado vida ter diminuido a velocidade e nao me feito descer quando pedi e nao aguentava mais a tontera.

Segunda-feira, 05 de Maio

Que coisa mais estranha, voltei a sentir as coisas ao meu redor novamente, a diferenca que vieram com mais forca. To com pouquinho de medo delas me fazerem mudar. Mas acho q estou nais forte q antes, nao vai ser mais qlqr coisinha q vai me abalar e me tirar do eixo.
> Pois agora sim, depois de tanto tempo procurando, tropecando, me machucando achei algo que nao se esgota, de ond tiro a forca pra continuar firme e seguir em frente. Sempre via so em telas luminosas e em vidas dobradas pretas e brancas, mas agora estou sentindo todas as suas cores, sabores, cheiros, arrepios, calafrios, lagrimas qye brotam de alegria no simples fato de pensar. O intrigante é que todos esses sentimentos, sentidos q usam, me fazem bem, ou melhor, quanto mais eu uso mais consigo usufruir e aumentar potencialmente.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Sapatinhos Vermehlos- Hans Christian Andersen

Os Sapatinhos Vermelhos - Hans Christian Andersen

Esta historia encontrei num site, ja tinha lido ela faz algum tempo num pequeno livro, e na faculdade tive a oportunidade de lê-la novamente.
     Era uma vez uma menina, bonita e delicada. Mas por ser muito pobre, ela era obrigada no verão a andar de pés descalços; e no inverno só podia calçar grandes tamancos, de modo que seus pezinhos ficavam vermelhos a ponto de doer.
    Na aldeia vivia a mulher de um velho sapateiro; ela sentou-se e fez, da melhor maneira que pode, um par de sapatinhos, utilizando um tecido vermelho. Eles eram desajeitados, mas feitos de boa vontade, já que se destinavam à menininha, que se chamava Karen.
     Karen ganhou os sapatinhos e os usou pela primeira vez no dia do enterro de sua mãe. Eles com certeza não eram adequados para um funeral; mas ela não tinha outros, de modo que foi obrigada a calçar com eles seus pés nus, para poder acompanhar o humilde caixão.
     Aconteceu de aparecer uma grande carruagem antiga e nela estava sentada uma velha senhora; ela viu a menininha, ficou com pena dela e disse ao clérigo:

-Olhe, se você me der aquela menininha, eu tomarei conta dela.

Karen acreditou que isso aconteceu por causa dos sapatinhos vermelhos, mas a velha senhora os achou horrorosos e ordenou que eles fossem queimados. Karen foi vestida com roupas limpas e bonitas; aprendeu a ler e a costurar, e as pessoas diziam que ela estava muito bonita. Mas o espelho lhe disse:

-Você é mais que bonita; você é linda.

Um dia a rainha viajou para aquela região do país, tendo por companhia sua filhinha, que era princesa. Todas as pessoas, inclusive Karen, dirigiram-se para o castelo, onde a princesinha, em finíssimas roupas brancas, estava em pé diante da janela, para ser admirada. Ela não usava manto ou coroa, mas calçava belos sapatos de marroquim vermelho. Eles eram de fato muito mais finos do que aqueles que a mulher do sapateiro tinha costurado para a pequena Karen. Com sinceridade, não há nada neste mundo que possa se comparar a sapatos vermelhos!
Karen era agora grande o bastante para ser confirmada na igreja. Ganhou novas roupas e foi também presenteada com alguns sapatos novos. O rico sapateiro da cidade tirou as medidas de seu pezinho na própria loja, onde se amontoavam caixas de vidro cheias de belos sapatos e chinelas brancas. Tudo parecia perfeito; mas a velha dama não conseguiu extrair prazer disso porque não enxergava muito bem.
Entre os sapatos estava um par vermelho, semelhante ao que a princesa tinha usado. Como eles eram bonitos! E o sapateiro explicou que eles tinham sido feitos para a filha de um conde, mas haviam ficado pequenos.

-Suponho que sejam feitos de um couro brilhante, não é? - perguntou a velha dama. - Eles brilham tanto!
-Sim, eles brilham muito - confirmou Karen.

Os sapatos serviram nela e foram comprados. Mas a velha dama não percebeu que eles eram vermelhos, pois do contrário jamais teria permitido que Karen recebesse a confirmação usando sapatos vermelhos.
Todos olhavam para seus pés e durante todo o trajeto, da porta da igreja até o coro, pareceu à menina que até mesmo as figuras dos monumentos antigos, em seus colarinhos duros e longos vestidos negros, tinham os olhos fixos em seus sapatos vermelhos. Ela só conseguia pensar nisso, enquanto o pastor punha a mão em sua cabeça e falava do sagrado batismo, da aliança com Deus e a declarava a partir daquele momento uma cristã adulta. O órgão ressoou com solenidade e as doces vozes das crianças se misturaram à de seu velho líder; mas Karen só conseguia pensar nos sapatos vermelhos.
À noite, a velha ouviu todo mundo comentando que Karen tinha usado sapatos vermelhos. Ela se declarou chocada, disse que isso tinha sido uma coisa muito imprópria e que Karen no futuro deveria sempre ir à igreja de sapatos pretos, ainda que estivessem muito velhos.
No domingo seguinte seria realizada a comunhão. Karen olhou primeiro para os sapatos pretos, depois para os vermelhos - tornou a olhar os sapatos vermelhos e acabou por calçá-los outra vez. O sol brilhava gostoso, de modo que Karen e a velha dama dobraram a esquina e tomaram o caminho que tinha alguma sombra.
À porta da igreja estava um velho soldado aleijado, apoiado numa muleta; ele possuia uma bonita barba comprida, mais vermelha do que branca. Ele fez uma profunda reverência e perguntou à velha dama se podia limpar os seus sapatos. Após o quê, Karen também exibiu seu pezinho.

-Minha querida, que bonitos sapatos de dança! - exclamou o velho soldado. - Eles a acompanham ligeiro quando você dança - acrescentou, dando tapinhas no solado com as mãos.

A velha dama deu uns trocados para o soldado e entrou com Karen na igreja. Todas as pessoas lá dentro olharam para os sapatos vermelhos de Karen e todas as figuras desviaram o olhar para eles; quando Karen ajoelhou-se diante do altar e levou a taça dourada aos lábios, só conseguia pensar nos sapatos vermelhos. Parecia-lhe que eles estavam boiando na taça e ela se esqueceu de cantar o salmo, esqueceu de dizer o Pai Nosso.
Por fim, todos saíram da igreja e a velha dama entrou na sua carruagem. Mas quando Karen ergueu o pé para entrar também, o velho soldado exclamou:

-Minha querida, que lindos sapatos de dança!

E Karen não conseguiu se controlar e se viu forçada a executar alguns passos de dança; e depois de ter começado, suas pernas continuaram a dançar. Era como se os sapatos tivessem poder sobre elas. Ela dobrou dançando a esquina da igreja, sem conseguir parar. O cocheiro teve de correr atrás dela e segurá-la. Ele a carregou até a carruagem, mas os pés dela continuavam a dançar, de modo que acabaram por chutar violentamente a boa velha dama. Por fim, conseguiram tirar os sapatos de seus pés e suas pernas puderam descansar. Em casa, os sapatos foram guardados no armário, mas Karen não conseguia parar de olhar para eles.
Passado um tempo, a velha dama caiu doente e correu a notícia de que ela não mais tornaria a se levantar do leito. Ela tinha de ser atendida e cuidada, tarefa que cabia a Karen mais do que a qualquer outra pessoa. Mas havia um grande baile na cidade e Karen foi convidada. Ela olhou os sapatinhos vermelhos e concluiu que ir não constituia um pecado. Calçou os sapatos vermelhos, dizendo a si mesma que também não havia mal nenhum nisso. Foi para o baile e começou a dançar.
Mas quando ela queria ir para a direita, os sapatos conduziam-na para a esquerda; e quando quis subir dançando para o salão, os sapatos a levaram na direção contrária, escadas abaixo, diretamente para a rua; e pela rua em direção aos portões da cidade.
Ela dançava, e foi obrigada a dançar até a floresta escura. De repente, alguma coisa brilhou entre as árvores e ela acreditou que era a lua, já que se tratava de um rosto. Mas era o velho soldado de barba vermelha. Ficou lá sentado, balançando a cabeça, e disse:

-Minha querida, que lindos sapatos de dança!

Ela estava assustada e tentou arrancar os sapatos vermelhos, mas eles estavam grudados a seus pés; ela rasgou as meias de seda, mas os sapatos aderiram com mais força aos pés. E dançou sem parar sobre os gramados e as campinas, na chuva e sob o sol, noite e dia - mas à noite era ainda mais terrível.
Dançou no cemitério da igreja; mas os mortos não dançaram. Eles tinham coisa melhor a fazer. Ela quis sentar sobre o túmulo de um pobre, onde crescia uma samambaia triste; mas não havia para ela paz ou descanso. E quando ela passou dançando pela porta aberta da igreja, viu la dentro um anjo em longas vestes brancas, cujas asas desciam dos ombros até o chão. O rosto dele era grave e sério e nas mãos tinha uma longa espada luminosa. E ele anunciou:

-Você dançará com seus sapatos vermelhos até ficar pálida e fria, até que sua pele encolha e você se torne um esqueleto! Você dançará, de porta em porta; e onde morarem crianças orgulhosas e más você baterá, de modo que elas ouçam você e tenham medo de você. Você dançará e dançará!

-Piedade! - gritou Karen. Mas ela não escutou o que o anjo respondeu, porque os sapatos vermelhos a carregaram através do portão em direção aos campos, ao longo de trilhas e estradas, obrigada a dançar sem parar.

Certa manhã, ela dançava diante de uma porta que conhecia bem. As pessoas cantavam um salmo lá dentro, e um caixão, coberto de flores, estava sendo erguido. Então ela soube que fora abandonada por todos e condenada pelo anjo do Senhor. Ela dançava, e foi forçada a continuar a dançar através da noite escura. Os sapatos a impeliam sobre espinheiros e tocos, até que por fim ela estava toda cortada e sangrando. Dançou através da árida planície até uma casinha solitária. Ali, sabia, morava o carrasco; bateu na janela e gritou:

-Saia, saia daí! Eu não posso entrar porque preciso dançar.

E o carrasco respondeu:

-Acho que você não sabe quem eu sou. Eu corto as cabeças dos maus e sinto que meu machado está em cócegas para fazer isso outra vez.

-Não corte minha cabeça, porque então não vou poder me arrepender de meus pecados - disse Karen. - Mas corte meus pés com os sapatos vermelhos.

Ela em seguida confessou todos os seus pecados e o carrasco cortou seus pés com os sapatos vermelhos; mas os sapatos, com os pezinhos dentro, se foram dançando através dos campos, para o interior da floresta profunda. Ele recortou para ela um par de pés de madeira e duas muletas; em seguida, ensinou-lhe um salmo, que ainda hoje é cantado por pecadores. Ela beijou a mão que guiara o machado e saiu planície afora.

-Sofri demais por causa dos sapatos vermelhos - ela disse. - Agora vou até a igreja, de maneira que as pessoas possam me ver.

Dirigiu-se rapidamente para a porta da igreja; mas quando chegou lá, deu com os sapatos vermelhos dançando diante dela; assustou-se e deu meia volta. Durante toda a semana permaneceu muito triste e derramou lágrimas amargas; mas, quando chegou o domingo, ela disse:

-Já sofri e padeci o suficiente. Acredito que sou tão boa quanto muitos que se sentam na igreja e lá se exibem.

E assim prosseguiu ousadamente em frente. Mas mal tinha chegado ao portão do cemitério, viu os sapatos vermelhos dançando à sua frente. Ficou aterrorizada, virou as costas e arrependeu-se do fundo do coração de seu pecado. Dirigiu-se à casa paroquial e implorou para trabalhar ali. Ela seria dedicada ao máximo, disse, e faria o máximo que pudesse; não se importava com o salário, desde que tivesse um teto por sobre a cabeça e pudesse conviver com boas pessoas. A mulher do pastor ficou com pena dela e tomou-a para seu serviço. E ela foi trabalhadeira e cuidadosa. Sentava-se quieta, enquanto o pastor à noite lia a Bíblia em voz alta. E as crianças gostavam muito dela; mas quando falavam em roupas, grandezas e beleza, ela apenas sacudia a cabeça.
No domingo seguinte, foram todos à igreja e perguntaram a ela se gostaria de ir também; mas com os olhos cheios de lágrimas, ela parecia tomada de profunda tristeza em suas muletas. E então foram todos ouvir a palavra de Deus, enquanto ela ficou sozinha em seu pequeno quarto, onde cabiam apenas a cama e uma cadeira. E lá ficou sentada com seu livro de hinos; e enquanto ela o lia piedosamente, o vento carregou até ela as notas do órgão soando na igreja. Lágrimas escorreram por seu rosto e ela pediu:

-Ó Deus, ajude-me.

Imediatamente o sol brilhou com força e bem à sua frente surgiu um anjo de Deus em vestes brancas; o mesmo que ela vira naquela noite à porta da igreja. Ele não mais carregava a espada afiada, mas sim um belo ramo de rosas brancas. Com ele tocou o teto, que se elevou muito alto. E no ponto em que ele o tocara brilhou uma estrela dourada. Ele tocou as paredes, que se afastaram; e ela viu o órgão que ressoava sem parar; viu a galeria de quadros dos velhos pastores e suas mulheres e a congregação sentada nas cadeiras envernizadas cantando os hinos de seus livros. A própria igreja tinha vindo à moça pobre em seu estreito quarto, ou o quarto é que se transportara à igreja.
Ela sentou-se numa bancada com o restante da família do pastor. E quando tinham todos terminado o hino, levantaram as cabeças e disseram:

-Que bom que você veio, Karen.

-Foi uma dádiva, ela disse.

O órgão tocou e as vozes das crianças do coro soaram delicadas e encantadoras. O brilhante sol morno infiltrou-se pela janela até a bancada onde Karen estava sentada e seu coração ficou tão repleto dele, tão repleto de paz e alegria, que se quebrou. Sua alma voou nos raios de sol para o céu. E não houve ninguém que estivesse lá que quisesse saber de Sapatinhos Vermelhos

Era uma vez...

"Era uma vez,outra historia assim vai começar e todos vocês, neste mundo encantando vão sonhar, é só escutar com atenção e viajar nas asas na imaginação e a alegria vai tomar o seu coração. " Música que embalou as historias que li quando era criança.